quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

AS BONECAS GIGANTES DO CARNAVAL DE MOSSORÓ

No final da década de cinquenta, o país se emocionava com a radionovela "O Direito de Nascer". O sucesso da novela era tão grande que acabou virando marchinha de carnaval.

Em Mossoró, Luís Gonzaga da Rocha, um jovem folião, humilde, mas de grande criatividade, resolveu inovar naquele carnaval de 1957. Idealizou uma boneca gigante, feita com armação de arame e aspas, coberta com papel de saco de cimento. Depois da estrutura pronta, pintou a boneca de preto e cobriu seu corpo com um grande vestido de estampa colorida. Na hora de escolher o nome da boneca, não teve dúvida: o resultado do seu trabalho tinha ficado semelhante a descrição de uma das personagens da telenovela que era Mamãe Dolores. Nascia assim a primeira boneca gigante do carnaval de Mossoró.

De 1957 até 1976, aproximadamente, a boneca saiu todos os anos sob o comando do próprio Gonzaga, que reunindo um grupo de amigos, percorria os diversos bairros da cidade, entoando a marchinha "O Direito de Nascer", acompanhada por batucada de bombos e taróis, para o deleite dos adultos e o terror das crianças que corriam com medo da boneca.

Em 1977 morre o folião Luís Gonzaga da Rocha. Mas para não deixar morrer a tradição, o seu filho, Luís Gonzaga Filho, volta a botar a Mamãe Dolores nas ruas, em homenagem a memória do seu pai e para a alegria dos foliões que amam o verdadeiro carnaval de rua.

A iniciativa de Luís Gonzaga de criar a Mamãe Dolores fez escola em Mossoró, tanto assim que em 1967 um outro folião, o mecânico de automóveis Edmilson Cassiano da Silva, mais conhecido por Chapita, resolveu também criar uma boneca gigante para brincar o carnaval. Nascia assim a "Maria Manda Brasa", que saiu pela primeira vez no carnaval de 1967, ao som de um fole tocado pelo próprio Chapita, acompanhado por bombos, taróis e reco-reco, tocados pelos amigos.

Chapita era uma pessoa muito alegre e extrovertida, que no período de carnaval enchia a casa de amigos, principalmente crianças, de onde saíam com a boneca, todos os dias de carnaval, cada dia em um bairro diferente. Com o tempo, Chapita foi criando outros bonecos como o Boi e o Jaraguá, este último um misto de corpo de homem e cabeça de animal.

Chapita morreu em 1979 deixando saudades, pois com sua morte desapareciam seus bonecos do carnaval de Mossoró.

A fase áurea dos grandes carnavais mossoroenses perdurou até o final dos anos setenta. A rivalidade existente entre os clubes Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP) e Ypiranga deixaram saudades. Eram clubes frequentados pela elite, onde mesas cativas eram disponibilizadas às famílias mais tradicionais. Nas ruas, blocos carnavalescos eram organizados, cada bloco trabalhando suas alegorias de modo a superar seus concorrentes. Marcaram época nos anos setenta os blocos Hi Fi, composto pela elite da sociedade mossoroense, o bloco Sky, Ciganas Zíngaras, que era formado só por garotas, o Carmafeu de Oxossi, que era composto por moradores do Alto da Conceição e os Falcões, formado por moradores do bairro Doze Anos.

Hoje já não existe mais carnaval em Mossoró. Apenas algumas manifestações isoladas, fruto da obstinação de velhos foliões, como é o caso da atriz Tony Silva, que em 2002, com o apoio do Movimento Negro de Mossoró - Raízes, e da professora Ivonete Soares que a incentivou na proposta e na elaboração, resgatou a tradição das bonecas gigantes através da Maria Espáia Brasa. E esse exemplo tem dado frutos, tanto assim que outros blocos começam a surgir, como é o caso do "Sapo não lava os pés", do bairro Alto da Conceição, que desde o ano passado comanda a folia daquele bairro e dos Ursos e Tribos de Índios, tradição que se mantém até os dias atuais.

São esses abnegados que mantêm viva a tradição folclórica e carnavalesca dessa terra dita da cultura potiguar.

FONTE O MOSSOROENSE (17/10/1872), COLUNA GERALDO MAIA - gemaia@bol.com.br



A CARA DO CARNAVAL NORDESTINO

O frevo não distingue sexo, faixa etária nem nível socioeconômico. O frevo frequenta ruas e salões, arrastando multidões num delírio contagiante em qualquer lugar do Brasil, e do mundo. Nordestino por excelência, o ritmo tem seu berço em Pernambuco, mas atravessou fronteiras, contagiando com seu ritmo sincopado pessoas de qualquer idade. Ninguém consegue ficar imune a uma orquestra de frevo. Isso é impossível. Agora, saber dançar um frevo, ah! Isso já é outra história. São inúmeros passos, várias coreografias. Tem a dança do Chão de Barriguinha, Parafuso, Dobradiça, Saca-rolhas, Corrupio, Locomotiva, de Bandinha, e várias outras. Aí, só mesmo sendo pernambucano para entender e explicar porque para quem não é pernambucano o negócio é se limitar a pular, pipocar e ferver junto com a multidão.

Mas como surgiu o frevo? Segundo alguns pesquisadores, atribui-se a criação do ritmo ao capitão José Lourenço da Silva, ensaiador das bandas da Brigada Militar de Pernambuco. A data do aparecimento do frevo parece estar estabelecida, com certeza, entre os anos de 1909 e 1911. Já a palavra frevo seria uma corruptela da palavra ferver. Não é preciso muitas explicações para entender a razão, porque o frevo faz todo mundo ferver, pular e pipocar, seja na rua ou no salão.

Outra coisa que chama atenção é a sombrinha colorida, um elemento que se tornou o símbolo do frevo. Mais uma vez, mergulhando no passado, descobre-se que a origem deste acessório está associada ao seu uso como arma. A sombrinha em sua origem não passava de um guarda-chuva conduzido pelos capoeiristas pela necessidade de ter na mão como arma para ataque e defesa, já que a prática da capoeira estava proibida. De acordo com alguns pesquisadores, este argumento baseia-se no fato de que os primeiros frevistas não conduziam guarda-chuvas em bom estado, valendo-se apenas da solidez da armação. Com o decorrer do tempo, esses guarda-chuvas, grandes, negros, velhos e rasgados se veem transformados, acompanhando a evolução da dança, para converter-se, atualmente, em uma sombrinha pequena de 50 ou 60 centímetros de diâmetro.

Desde a sua criação, o estilo sofreu várias influências ao longo do tempo. Atualmente, os especialistas distinguem o Frevo-rua, que é exclusivamente instrumental, sem letra, feito unicamente para se dançar; o frevo-bloco, que é executado por Orquestras de Pau e Corda compostas por violões, banjos e cavaquinhos. Este estilo tem letras e melodias que geralmente trazem um misto de saudade e evocação. Já o frevo-canção, tem por ícone a famosa música "O teu cabelo não nega mulata...", que foi motivo de desavenças entre o compositor carioca Lamartine Babo que a transformou em marchinha carnavalesca, e os verdadeiros autores, os irmãos Valença, de Recife. Os editores da música no Rio de Janeiro foram processados na Justiça pelos irmãos Valença e no selo do disco passou a constar: "Marcha - Motivos do norte - Arranjo de Lamartine Babo".

A partir da década de 1960, o ritmo do frevo foi incorporado aos temas dos 'trios elétricos' da Bahia ganhando a partir daí o país. O frevo era usado para fazer o povo dançar e ferver, ou pular como 'pipoca' seguindo os carros de som. O cantor e compositor Moraes Moreira foi um dos pioneiros a difundir o frevo para o Brasil.

Acabou, que o frevo, por ser tão marcante, mereceu até uma data especial, que é o dia 9 de fevereiro, quase que abrindo a data oficial do Carnaval. E não é à toa.

FONTE - JORNAL O MOSSOROENSE (17/10/1872), MOSSORÓ-RN, 07/02/2010

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Marilia Jullyetth Bezerra das Chagas, natural de Apodi-RN, nascida a XXIX - XI - MXM, filha de José Maria das Chagas e de Maria Eliete Bezerra das Chagas, com dois irmãos: JOTAEMESHON WHAKYSHON e JOTA JÚNIOR. ja residi nas seguintes cidades: FELIPE GUERRA, ITAÚ, RODOLFO FERNANDES, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO e atual na cidade de Apodi. Minha primeira escola foi a Creche Municipal de Rodolfo Fernandes, em 1985, posteriormente estudei em Governador Dix-sept Rosado, na no CAIC de Apodi, Escola Estadual Ferreira Pinto em Apodi, na Escola Municipal Lourdes Mota. Conclui o ensino Médio na Escola Estadual Professor Antonio Dantas, em Apodi. No dia 4 de abril comecei o Ensino Superior, no Campus da Universidade Fderal do Rio Grande do Norte, no Campus Central, no curso de Ciências Econômicas. Gosto de estudar e de escrever. Amo a minha querida terra Apodi, porém, existem muitas coisas erradas em nossa cidade, e parece-me que quase ninguém toma a iniciativa de coibir tais erros. Quem perde é a população.

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